Quais são as diferenças entre vacinas do SUS e da rede privada?
As vacinas evitam 3 milhões de mortes por ano no mundo e reduzem a chance de sequelas causadas pelas doenças. Evitar internações e sequelas são formas de melhoria na qualidade de vida (OMS).
O SUS segue as diretrizes do Programa Nacional de Imunização (PNI) que usa a estratégia da SAÚDE COLETIVA. Leva em consideração estatísticas de saúde da população e o orçamento destinado para a vacinação.
As clínicas particulares seguem a recomendação da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM) e consideram a saúde de cada pessoa, portanto, a SAÚDE INDIVIDUAL.
Quais as diferenças entre elas?
- Número de doses e picadas
- Redução das reações após aplicação da vacina
- Tamanho da proteção
Vacina da GRIPE
A vacina da gripe é atualizada todos os anos com as cepas virais que mais circularam no ano anterior. Portanto isso significa que vacinados anualmente têm menor risco da infecção pelo vírus Influenza.
A vacina do posto de saúde é a trivalente com a cobertura para 3 cepas do vírus.
A vacina da rede particular é a tetravalente ou quadrivalente e tem proteção contra 4 versões do vírus, portanto, protege mais.
Pentavalente x Hexavalente
A SBIM orienta a imunização dos bebês contra 6 doenças graves: difteria, tétano, coqueluche, poliomielite, hepatite B e Haemophilus Influenza.
No SUS, as crianças recebem a vacina pentavalente + VIP (vírus poliomielite inativada). Quer dizer, duas aplicações intramuscular (picadinha) aos 2, 4 e 6 meses.
Já na rede privada, a vacina é a hexavalente, quer dizer: proteção contra as 6 doenças em uma única picadinha.
Além do número de picadas, outra diferença é que a vacina da rede pública tem o componente pertussis (coqueluche) de células INTEIRAS (dTpc) e na rede particular tanto a pentavalente quanto a hexavalente tem o componente pertussis ACELULAR (dTpa), essa alteração faz com que as reações vacinas sejam menores, em até 70% nas vacinas da rede particular.
Rotavírus
O rotavírus está por toda a parte. Certamente, todos terão contato com esse vírus pelo menos uma vez na vida até os 5 anos de idade. A infeção pelo vírus causa uma infecção no estômago e intestino (gastroenterite) com muita diarreia e vômito, o que aumenta o risco de desidratação e necessidade de internação hospitalar. As vacinas reduzem tanto a chance de adoecimento quanto deixando a doença mais “leve”, o que diminui a chance de internação hospitalar.
Nas clínicas particulares é oferecida a vacina oral pentavalente, que tem cobertura para 5 tipos de vírus.
No SUS é ofertada a vacina oral monovalente.
Vacinas Pneumocócicas
O pneumococo é uma bactéria que pode causar doenças graves, principalmente, nos extremos de idade que são os idosos e os bebês. Pode causar pneumonia, otite, sinusite e meningite (a meningite por pneumococo costuma deixar como sequela a surdez, naqueles que sobrevivem.
No SUS, a vacina é disponibilizada aos 2 – 4 meses e um reforço aos 15 meses é a pneumocócica 10, ou seja, proteção contra 10 tipos do pneumococo.
Na rede particular a vacina disponibilizada aos 2 – 4 e 6 meses e o reforço aos 15 meses idade é pneumocócica 13 ou 15 , com proteção para 13 ou 15 tipos do pneumococos.
Além da cobertura maior quando comparada à pneumocócica 10, a proteína da vacina pneumocócica 13 ou 15 induz uma melhor resposta do nosso sistema imunológico.
VACINA HPV
O papiloma vírus humano causa de verrugas genitais e alguns tipos de câncer como: câncer de colo de útero, câncer de pênis, ânus e boca.
A vacina disponibilizada é a quadrivalente. E isso significa que há proteção contra 4 tipos do vírus, sendo 2 deles oncológicos e que estão relacionados aos tipos de câncer.
Na rede particular a vacina dispinibilizada é a Nonavalente, e é recomendada a partir de 9 anos para meninos e meninas no esquema de 2 doses com intervalo de 6 meses entre elas, caso tenham até 19 anos completos. Acima de 20 anos, a recomendação é de 3 doses no esquema (0-2-6 meses).
No SUS, a vacina é Quadrivalente e é disponibilizada para meninas e meninos de 9 a 14 anos.
VARICELA
Apesar de parecer uma doença benigna alguns casos de varicela, também conhecida por capota, não têm um final feliz e por esse motivo, temos vacinas para evitar a doença e formas graves.
Na rede particular, recomendam-se 2 doses sendo a primeira aos 12 meses e a segunda dose 3 meses após a primeira dose.
Na rede pública, são oferecidas 2 doses aos 12 meses e outra entre 4 e 6 anos de idade.
VACINA HEPATITE A
O vírus da hepatite A pode causar doença grave e risco de falência hepática.
Rede particular: São considerados imunizados todos aqueles que receberam 2 doses após 1 ano de idade, com intervalo de 6 meses entre as doses. A vacina pode ser realizada em crianças e adultos. A SBIM recomenda 2 doses pois 10 % da população não terá uma resposta satisfatória com dose única da vacina havendo a necessidade de outra dose.
Rede pública: Oferece 1 dose para crianças entre 12 e 5 anos.
VACINA TRÍPLICE VIRAL
A vacina oferece proteção contra as doenças Sarampo, Caxumba e Rubéola.
Na rede pública, para crianças, são recomendadas 2 doses com 3 meses de intervalo entre elas (12 meses e 15 meses). Para os adultos, 2 doses até 29 anos, 1 dose entre 30 e 59 anos.
Na rede particular o seguinte esquema é recomendado:
- 6 meses: dose bloqueio quando existir surto de Sarampo no Brasil
- 12 meses: primeira dose
- 15 meses: segunda dose
- Adultos: até 29 anos 2 doses. Dose única entre 30 e 59 anos.
VACINA FEBRE AMARELA
Disponibilizadas na rede pública e particular e o que muda são os fabricantes das vacinas. A Eficácia é igual quando utilizada dose completa e não a fracionada
Para países que exigem o CERTIFICADO INTERNACIONAL DA VACINA o comprovante deverá ser apresentado no embarque.
Postos da ANVISA ou o aplicativo CONECTA SUS emitem o certificado internacional.
VACINA HERPES ZOSTER
1 em cada 3 pessoas terão as manifestações do Herpes Zoster em algum momento da vida. O vírus varicela zoster fica quietinho durante toda a vida em todos aqueles que tiveram contato com o vírus da varicela (catapora) na infância.
Disponibilizada somente na rede particular para todos acima de 50 anos no esquema de duas doses.
VACINA dTpa
Vacina que protege contra e doenças (difteria, tétano e coqueluche acelular).
Nas clínicas particulares é indicada para todos a cada 10 anos.
Na rede pública é disponibilizada para gestantes e puérperas até 45 dias pós-parto.
Vacina DTP e VOP (vacina oral poliomielite)
Disponibilizada na rede pública aos 4-6 anos. A Vacina Oral da Poliomielite é administrada somente nas UBS e faz parte do calendário de vacinas do PNI e campanhas do “ZÉ GOTINHA”.
Na rede particular é disponibilizada a vacina dTpa+ VIP (uma única picadinha com 3 proteção para 4 doenças: difteria, tétano, coqueluche e poliomielite).
A importância da informação e conhecimento sobre as diferenças entre elas possibilita uma escolha mais consciente, dentro de suas prioridades e possibilidades conforme o esquema mais personalizado.